EXPOSIÇÃO
Aquarela portuguesa
Manuel Magalhães traz a nostalgia do mar à Bienal de Fotografia.
Ao longo da história, o povo português teve o mar como testemunha de sua glória e derrocada. Muitas vezes cantado e exaltado, o mar agora é tema de uma exposição homônima do fotógrafo Manuel Magalhães, presente na 3.ª Bienal de Fotografia de Curitiba. Produzida especialmente para o evento, a mostra reúne 22 trabalhos realizados em praias do litoral Norte português. Sempre ligado às experiências visuais, Magalhães nasceu na cidade do Porto, em 1945. Formado em arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, começou sua carreira como fotógrafo profissional em 1970 e, desde então, expôs em galerias de vários países e publicou uma série de livros com seus ensaios.
Aquarela portuguesa
Manuel Magalhães traz a nostalgia do mar à Bienal de Fotografia.
Ao longo da história, o povo português teve o mar como testemunha de sua glória e derrocada. Muitas vezes cantado e exaltado, o mar agora é tema de uma exposição homônima do fotógrafo Manuel Magalhães, presente na 3.ª Bienal de Fotografia de Curitiba. Produzida especialmente para o evento, a mostra reúne 22 trabalhos realizados em praias do litoral Norte português. Sempre ligado às experiências visuais, Magalhães nasceu na cidade do Porto, em 1945. Formado em arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, começou sua carreira como fotógrafo profissional em 1970 e, desde então, expôs em galerias de vários países e publicou uma série de livros com seus ensaios.
Seu trabalho recebe influências de diversas culturas, especialmente a oriental, e possui uma certa relação com o cinema, à medida que imprime movimento às suas fotos. "O processo criativo não tem lógica e, como tal, tudo se mistura. É um processo um pouco anárquico, de sobreposição de elementos", sintetiza.
Tudo em Magalhães difere. Esponja e pincel, instrumentos tão comuns às artes plásticas, ilustram e dão vida às suas fotografias. O artista começou a utilizar aquarelas no final da década de 80 e explorou diversas perspectivas para ressaltar as "manchas" por ela formadas. O processo é inteiramente artesanal, eximindo-se do uso de tecnologias atuais de processamento de imagens. A revelação do negativo não é feita de maneira convencional e, sim, fazendo uso de pincéis. A técnica culmina na inserção de cores, por meio de aquarelas especiais para papel fotográfico. Cada fotografia produzida por Magalhães é original, sendo impossível recriar uma imagem idêntica. O resultado é sutil e encantador, remontando aos primórdios da concepção fotográfica, ao surgimento das primeiras fotografias coloridas, tingidas manualmente.
Durante a bienal, o fotógrafo português ministrou o workshop Uma Certa Forma de (Re)criar, em que compartilha com os alunos sua arte e sua técnica de pintura sobre fotografia. Na contramão das novidades tecnológicas, Magalhães acredita que as inovações que invadem o mundo fotográfico estão numa corrente diferente da fotografia convencional. "Em termos criativos, ambas possuem estéticas próprias e divergentes. As fotografias digitais, por exemplo, servem para compor, depurar, resgatar uma imagem, mas não vão destronar a fotografia tradicional". Para ele, vai se estabelecer uma "concorrência" entre as duas formas e isso será positivo para a fotografia. Magalhães compara essa nova tendência informatizada ao advento do vídeo-cassete. "Muitos pensaram que o cinema acabaria com a invenção do vídeo-cassete e, pelo contrário, o vídeo hoje colabora com a produção cinematográfica".
In Gazeta do Povo On Line, 17 de Outubro de 2000, Curitiba, Brasil.
In Gazeta do Povo On Line, 17 de Outubro de 2000, Curitiba, Brasil.
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