quinta-feira, 10 de setembro de 2009

REFERENCIAS - JORNAIS - TEXTOS

.../...O fotografo era um artesão, de acordo com o conceito renascentista do artista, que devia aprender a executar uma série complexa de delicadas operações para obter uma imagem. Prática e conceito que se perderam e sofrem com a ironia da moderna técnica de “ready-made” fotográfico: máquina automática, película, revelação e impressão em laboratórios comerciais.Magalhães, regressa e renova no plano técnico o significado de fazer fotografia, intervindo na impressão directamente com emulsões e pincéis para obter a preciosidade de uma obre de arte única e irrepetível. Mas o seu trabalho seria vão, um mero jogo de manipulador que quer espantar, se não estivesse em correspondência muito estreita com o valor da imagem em si, do sujeito pré-escolhido para a representação criativa..../...E contudo esta fisicidade, esta sensualidade do eterno feminino idealizado, permanece intacta nas fotografias de Manuel Magalhães. E a sensualidade é de tal forma composta, direi filtrada por uma cultura refinada sobre a história da imagem que se insinua por caminhos misteriosos na nossa capacidade de agarrar as mediações do sujeito.

Milão, 2 de Dezembro de 1986
Giuliana Scimé

in Catálogo da exposição de fotografias de MANUEL MAGALHÃES, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, 2 a 26 de Abril de 1987, Lisboa, Portugal.

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